O Centro Universitário Moura Lacerda tem por missão o desenvolvimento, a difusão e o compartilhamento do conhecimento por meio do ensino, da pesquisa e da extensão. Busca incessantemente motivar seus alunos e a comunidade para esse conhecimento, incentivando-os ao respeito à diversidade de pensamento, à livre expressão e ao pensamento crítico, oferecendo as bases sobre as quais construirão sua autonomia, cidadania e hábitos de aprendizagem permanente, assumindo a responsabilidade por suas ações pessoais.
Essa história começa em 11 de agosto de 1902, data em que nasceu Oscar de Moura Lacerda, em Angatuba (SP). Ele era o segundo filho mais velho de seis irmãos. Aos 18 anos, mudou-se com a família para Ribeirão Preto, onde chegou a ser telegrafista da então Companhia Mogiana de Transportes, empresa coligada à famosa Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que desbravou o interior paulista escoando a produção de café até a capital e o porto de Santos.
Aqui, Oscar matriculou-se na antiga Escola de Commercio Ruy Barbosa, fundada em 23 de maio de 1923, pelo professor Djalma Porto. Em 1924, o colégio foi adquirido pelo professor Arthur Bilac, que passou a denominá-lo Instituto Commercial do Rio de Janeiro, sendo uma filial da instituição carioca. No final do mesmo ano, o Instituto foi comprado pelo professor Antônio Furtado de Medeiros que, em 8 de janeiro de 1928, vendeu-o ao professor Oscar de Moura Lacerda. Veio, então, a mudança de nome para Instituto Commercial de Ribeirão Preto, valorizando os laços com a cidade. Detalhe importante é que Oscar foi aluno e professor da Instituição antes de adquirí-la. Ao longo de sua vida, formou-se em Contabilidade, Odontologia e Direito.
Na transição dos anos 20 para os anos 30, o Instituto foi submetido ao crivo da então Superintendência e Inspetoria Geral de Ensino Comercial. Segundo documento daquele período, a avaliação foi muito rigorosa. Da estrutura oferecida ao aluno à qualificação do corpo docente, nada escapou aos olhos do fiscal Paulo Gusmão, que chegou a analisar até mesmo a postura do diretor. “O Sr. Professor Oscar de Moura Lacerda pareceu-me estar à altura da função que exerce. Moço ainda, porém criterioso e esforçado. Demonstrou também uma grande boa vontade com relação a tudo quanto indaguei, observei e aconselhei”, relatou.
Ao redigir sua conclusão, o fiscal ainda ressaltou o compromisso da Instituição com Ribeirão Preto. “Pelo que vi e observei do Instituto Commercial de Ribeirão Preto, julgo concluir bem, dizendo ser propósito firme do mesmo não desmerecer as honrosas e brilhantes tradições do glorioso município paulista que lhe deu o nome”, disse.
Em 1932, quando a Instituição criou o curso superior de Administração e Finanças, o segundo do gênero no Brasil e o primeiro do Estado de São Paulo, passou a ser a “Faculdade de Sciencias Economicas de Ribeirão Preto”, sob a gestão da Instituição Universitária Moura Lacerda. Daí em diante, o desenvolvimento foi acelerado, com a abertura de novos cursos e a criação do Gymnasio de Ribeirão Preto, em 1935, embrião do futuro Colégio Moura Lacerda.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e a queda do então presidente Getúlio Vargas, o país entrou em um período democrático que teve como ponto máximo a eleição do presidente Juscelino Kubitscheck, em 1955, com base em um discurso desenvolvimentista sob o slogan “50 anos em 5”. A essa altura a Faculdade já ocupava o histórico prédio da Rua Duque de Caxias, após ter passado por imóveis nas ruas Amador Bueno e Barão do Amazonas, todos no centro da cidade.
Na primeira metade da década de 60, o Brasil vivia um clima de grande instabilidade política. Em janeiro de 1964, o ex-presidente e então senador da República, Juscelino Kubitschek, visitou Ribeirão Preto e, no Theatro Pedro II, foi paraninfo na colação de grau da 18ª turma de formandos do curso de Ciências Econômicas da Instituição. Pouco mais de dois meses depois dessa formatura, veio o golpe militar que implantou uma ditadura que duraria 21 anos. O próprio JK viria a ser um dos políticos mais perseguidos pelo regime de exceção.
No final dos anos 60, a Faculdade procurava uma sede mais ampla, tendo em vista seus planos de crescimento e melhoria contínua da qualidade de ensino. Em 1968, foi aberto o tradicional curso de Engenharia Civil e, em 1969, os cursos de Letras, Pedagogia, Administração, Ciências Contábeis e Matemática.
Em 1972, a Instituição adquiriu o prédio situado na Rua Padre Euclides, nos Campos Elíseos. Ao mudar-se para a nova e definitiva sede, foi criado o curso de Educação Física. A sede da Rua Padre Euclides foi fundamental para o salto de desenvolvimento que a Instituição planejava. Deu-se a estrutura de que a instituição precisava para implantar novos projetos. Para se ter uma ideia, já na década de 70, a instituição contava um laboratório de computação e até um sistema de captação e transmissão de conteúdo em circuito interno de TV, com equipamentos de ponta instalados também nas salas de aula. O fundador da Instituição sempre foi um homem aficionado por tecnologia, princípio que acompanhou a trajetória da Instituição.
Na transição dos anos 20 para os anos 30, o Instituto foi submetido ao crivo da então Superintendência e Inspetoria Geral de Ensino Comercial. Segundo documento daquele período, a avaliação foi muito rigorosa. Da estrutura oferecida ao aluno à qualificação do corpo docente, nada escapou aos olhos do fiscal Paulo Gusmão, que chegou a analisar até mesmo a postura do diretor. “O Sr. Professor Oscar de Moura Lacerda pareceu-me estar à altura da função que exerce. Moço ainda, porém criterioso e esforçado. Demonstrou também uma grande boa vontade com relação a tudo quanto indaguei, observei e aconselhei”, relatou.
Ao redigir sua conclusão, o fiscal ainda ressaltou o compromisso da Instituição com Ribeirão Preto. “Pelo que vi e observei do Instituto Commercial de Ribeirão Preto, julgo concluir bem, dizendo ser propósito firme do mesmo não desmerecer as honrosas e brilhantes tradições do glorioso município paulista que lhe deu o nome”, disse.
Em 1972, o renomado arquiteto Oscar Niemeyer concluiu o projeto que foi encomendado no ano anterior para a construção da segunda unidade da Instituição, em uma área com mais de um milhão de metros quadrados, nas imediações da Rodovia Anhanguera.
Em um documento escrito e assinado pelo próprio Niemeyer para o descritivo do projeto, o arquiteto menciona o desafio de buscar o melhor caminho para viabilizar a construção. “Encontrar a forma compacta e econômica, o detalhe simples, os acabamentos apropriados, é no caso a tarefa principal do arquiteto. É nosso interesse, particularmente, pois sentimos que a convicção e o idealismo também estão presentes”, afirmou.
Outro fato marcante com Oscar Niemeyer foi a colaboração que ele e sua equipe deram à implantação do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Moura Lacerda, em 1981. Em uma carta, enviada na mesma época ao Dr. Oscar Luiz de Moura Lacerda, filho do fundador, o arquiteto apresenta uma série de sugestões para a formatação do programa do curso. “Nele, certas disciplinas serão dadas em função do trabalho nos ateliês, o que as torna mais práticas e mais ligadas aos problemas e programas do mundo atual”, disse, com sua visão humanizada e inovadora.
Em outro trecho da carta, Niemeyer sugere que o curso do Moura Lacerda esteja alinhado às diretrizes que ele defendia como membro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “Acreditamos que o sistema proposto estabelece diretrizes novas para o aprendizado da arquitetura e, por essa razão, pretendo, como presidente do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Unesco, apresentá-lo como minha primeira contribuição”, afirmou o arquiteto que, ao encerrar, disse, “agradecendo sua confiança”. As orientações de Oscar Niemeyer foram incorporadas aos princípios que até hoje norteiam o curso de Arquitetura e Urbanismo do Moura Lacerda.
Em 1979, o Prof. Oscar de Moura Lacerda, fundador da Instituição, faleceu aos 76 anos. Na ocasião foram feitas inúmeras homenagens em reconhecimento ao sólido trabalho que desenvolveu. Além de educador, que era sua principal vocação, Prof. Oscar também havia atuado de forma marcante nas áreas política e jurídica, tendo colaborado com diversas entidades e, ainda, participado da fundação do jornal Correio de Ribeirão Preto. Dirigiu vários veículos de comunicação da cidade e foi agraciado com mais de 200 títulos honoríficos e comendas, entre eles, o de cidadão emérito de Ribeirão Preto.
Após o falecimento do patriarca, o maior desafio de seus herdeiros foi dar continuidade aos trabalhos. Assumiram a gestão e deram conta do recado. Em 1983, depois de adquirir a Faculdade de Educação Física de Jaboticabal (SP), a Instituição Universitária Moura Lacerda inaugurou sua terceira unidade. No mesmo ano, foi criado o Colégio Moura Lacerda, em Ribeirão Preto, e, no ano seguinte, em Jaboticabal.
Em 1984, o movimento pelas Diretas, que gerou grande mobilização da classe estudantil, repercutiu nos corredores e nas salas de aula do Moura Lacerda. Já em 1992, foi dado início ao processo que elevou as Faculdades Moura Lacerda ao status de Centro Universitário. O parecer favorável do Conselho Federal de Educação foi homologado pelo então ministro da educação, Paulo Renato de Souza, e publicado no Diário Oficial da União no dia 24 de outubro de 1997.
A transformação da Instituição em Centro Universitário não só garantiu maior autonomia para criar e manter novos cursos, como também consolidou nossa missão baseada no ensino de excelência, dentro do princípio da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, com ênfase no desenvolvimento da iniciação científica e de forma a levar seus serviços à comunidade, contemplando as realidades local e regional.
Com o novo patamar, o Moura Lacerda abriu, de uma só vez, em 1998, os cursos de Publicidade e Propaganda, Moda, Direito, Relações Internacionais, Medicina Veterinária e Agronomia em Ribeirão Preto. Também construiu o Hospital Veterinário, que se tornou uma referência regional. Em 1999, foi aberto o curso de Administração em Jaboticabal.
A Instituição Universitária Moura Lacerda é uma das mais respeitadas e tradicionais do Brasil, principalmente em Ribeirão Preto e região. Hoje, seu complexo educacional possui mais de um milhão de metros quadrados entre prédios e instalações, divididos em três unidades (duas em Ribeirão Preto e uma em Jaboticabal). Atualmente, oferece 32 cursos de graduação, sendo 16 superiores de tecnologia, com duração de dois a três anos, e, ainda, 10 cursos de pós-graduação em nível de especialização (Lato Sensu).
A Instituição também é mantenedora do Colégio Moura Lacerda que oferece Ensinos Fundamental e Médio, e Cursos Técnicos. “Nos últimos anos, investimos em tecnologia, na qualificação do corpo docente e do corpo de colaboradores, na melhoria da nossa estrutura e na criação de canais de comunicação com a comunidade interna e externa. Queremos sempre oferecer o melhor aos nossos alunos e, ao mesmo tempo, retornar à sociedade aquilo que ela nos proporciona, confia-nos e nos permite realizar. Temos a certeza de que estamos no caminho certo, fazendo da história de cada um a nossa própria história”, conclui a diretoria do Moura Lacerda.
Música: Profa. Branca Marilene Mora de Oliveira.
Letra: Profa. Rosa Maria Britto Cosenza de Oliveira
A nossa escola é tradição,
Centro de amor, pesquisa e estudo.
Doando a todos compreensão,
Faz da arte e ciência um grande escudo
Refrão:
Moura Lacerda tem padrão
De qualidade e muita garra,
Conquista com o coração
E simpatia que amarra.
Por isso somos bem irmãos,
Nosso trabalho é solidário
E todos nós damos as mãos
Neste Centro Universitário.
Refrão:
Moura Lacerda tem padrão
De qualidade e muita garra,
Conquista com o coração
E simpatia que amarra.
Educação aqui se faz
Com amor, respeito e seriedade,
Buscando sempre ser capaz
De ensinar somente a verdade.
Refrão:
Moura Lacerda tem padrão
De qualidade e muita garra,
Conquista com o coração
E simpatia que amarra.
A história do Centro Universitário Moura Lacerda mistura-se à de um clã que em toda a sua trajetória até os dias atuais é acompanhado de muitas conquistas. Confira o significado de cada item do brasão da Instituição, que há 95 anos mantém sua tradição de reconhecimento e vitórias:
Os Lacerdas foram vinculados às casas reais de Castella e França e são descendentes do filho de D. Affonso, o Sábio: D. Fernando de Lacerda. Ele era casado com D. França, filha de S. Luiz, rei da França. Também fazem parte do clã o rei Fuela I de Leão que mais tarde se juntou aos Castella, formando a casa de Castella e Leão. Na batalha com os mouros (populações que habitavam a região noroeste da África que se juntou aos árabes na conquista da península Ibérica durante o século VIII), saíram vitoriosos e estenderam seus territórios, tornando a casa representada por um castelo de prata um dos símbolos do brasão.
Também fazia parte do parentesco D Fernando VI, rei de Galliza, Leão e Castella, Leão e Castella fundados da Ordem de Alcântar, vencedor, por diversas vezes, dos Mouros.
A família registrava-se como Galvão e escolheu como heráldica um campo de prata, um gavião de negro, estendido, bicado e armado de azul, carregado de um crescente de ouro no peito.
Devido a uma aliança com os Costas, partiram o escudo em pala, fazendo uma divisão de Galvão, a outra de Costa, acrescentando ao gavião, uma costa no bico. Outros usam em campo de vermelho, uma banda de parta, carregada de um gavião de negro e coroado de ouro.
Outros elementos representados são: Moura em campo vermelho, sete castelos de prata, abertos de negro, postos em três palas, sendo três no centro e duas em cada lado e o timbre de um castelo de escudo. Os castelos, nos brasões portugueses e espanhóis, representam em muitos casos a aliança com a casa real de Castella, a concessão dada por ela ou em outros casos, alusões às armas de defesa ou conquista de novos território como a tomada da cidade de Moura.
Lacerda ou La Cerda (antigo) – Escudo partido em pala: na 1ª de vermelho com um castelo de ouro; cortado em prata com um leão de vermelho, armado de ouro; na 2ª de azul, semeado de flores-de-lis de ouro. Timbre: o leão do escudo. O escudo moderno, é esquartelado: no 1º e 4º, partindo em pala, sendo a 1ª de Castella e a 2ª de Leão; no 2º e 3º, em campo de azul, três flores-de-lis de ouro postas em roqueta, que as são armas de França. Outros esquartelam o escudo e nos 1º e 4º quarteís, contra-esquartelam Castella e Leão.
A história da Instituição com o arquiteto remonta à década de 1970, quando o fundador, Dr. Oscar de Moura Lacerda fez o convite para que Niemeyer, do seu recém inaugurado escritório em Paris, realizasse o projeto arquitetônico da Unidade II – Campus, na cidade de Ribeirão Preto. À época, Niemeyer já vislumbrava todas as possibilidades daquela área de mais de 100 hectares por onde já passaram milhares de alunos, docentes e visitantes que, com olhar fascinado, sempre externam a sensação de beleza e harmonia que os arcos, característica marcante da obra, despertam aos que se dão ao prazer de, por alguns instantes, parar e observar o projeto.
“O problema da Universidade Moura Lacerda nos atrai pelas características de simplicidade e economia que apresenta. Encontrar a forma compacta e econômica, o detalhe simples, os acabamentos apropriados e, no caso, a tarefa principal do arquiteto. É isso nosso interesse particularmente, pois sentimos que a convicção e o idealismo também estão presentes. Oscar Niemeyer. Paris, 20/02/72.”
Mais do que o projeto arquitetônico, Oscar Niemeyer e sua equipe contribuíram para o desenvolvimento e elaboração de uma filosofia de trabalho e ensino da Arquitetura para tradicional curso de Arquitetura e Urbanismo do Moura Lacerda.
A grandiosidade da sua obra é tamanha que, ainda que de proporções modestas, se comparado a Brasília ou ao Memorial da América Latina, em São Paulo, o seu projeto e sua contribuição nos faz sentir orgulho de poder dizer que nossa história levará, para sempre, um pouco da história de Oscar Niemeyer! Abaixo, um dos croquis de Niemeyer, parte do projeto do Campus:
Os arcos são características marcantes do projeto. Abaixo, um croqui e uma foto atual de um dos blocos da Unidade II – Campus:
Imagem do campus projetado por Oscar Niemeyer
Conheça a Vida e Obra do Oscar Niemeyer
Lançado no dia 11 de agosto de 2014 e realizado anualmente, tem como objetivo preservar a memória do fundador da Instituição Universitária Moura Lacerda, Prof. Dr. Oscar de Moura Lacerda, e premiar bolsistas da Iniciação Científica do Programa de Iniciação Científica do Centro Universitário Moura Lacerda que tenham se destacado academicamente no desenvolvimento das suas pesquisas, considerando os aspectos de relevância e qualidade dos relatórios finais e suas apresentações.
Selecionar anualmente entre os projetos desenvolvidos no programa de iniciação científica do Centro Universitário Moura Lacerda, o projeto de maior relevância e qualidade, premiando o seu autor e o respectivo professor-orientador.
Ao autor do projeto selecionado, dentre aqueles integrantes do programa de iniciação científica, e ao seu professor-orientador será concedido, individualmente, um prêmio no valor de R$1.000,00 e um certificado quanto a atribuição do prêmio.
Serão considerados automaticamente inscritos para concorrer ao prêmio os alunos selecionados para o programa de iniciação científica do Centro Universitário Moura Lacerda, que atendam as seguintes condições:
Os projetos que tiverem atendido aos requisitos determinados para a inscrição ao prêmio serão avaliados por uma comissão julgadora composta por três integrantes designados pela reitoria do CUML. A avaliação será realizada em duas etapas, a saber.