A Unidade II/Campus foi palco, no dia 19 de novembro, de um evento que reuniu e expôs, a um só tempo, toda produção acadêmica do Centro Universitário Moura Lacerda e os modernos rumos da pedagogia. Antes das apresentações-resumo das pesquisas de Mestrado e dos pôsteres do PIC (Projeto de Iniciação Científica), houve um debate com especialistas sobre os atuais descaminhos e os futuros caminhos da educação brasileira. Fizeram parte do “Diálogos: Encontro Científico Moura Lacerda”, como foi chamado o conjunto de atividades, o XIV Simpósio Científico da Pós-Graduação, a XI Jornada do PPGE-M (Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado), o III Fórum de Educação, a Semana de Engenharia e a Semana de Engenharia de Produção.

A 11ª Jornada do PPGE-M promoveu uma mesa redonda com renomados pesquisadores da área – professor doutor José Armando Valente, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e do também professor doutor Hermes Renato Hildebrand, da Unicamp e da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Ambos abordaram os conceitos de um novo modelo pedagógico – “Sala de Aula Invertida” e “Educação baseada em Projetos”.

A coordenação da atividade ficou a cargo da professora doutora do PPGE-Mestrado Evani Amaral Camargo. Segundo ela, o objetivo de trazer professores que pesquisam sobre um novo formato de educação foi oferecer aos alunos da Graduação e do Mestrado um pensamento diferente sobre o mundo atual, no qual a tecnologia contribui para mudanças e amplia os limites da aprendizagem. “Há sempre novas possibilidades de trabalhar esses desafios, sobretudo, na Educação Básica da escola pública. A falta de estrutura não pode ser mais um limitador. O professor tem que estar preparado para esses novos desafios”, afirmou.

Novos conceitos

Em sua palestra, intitulada “Narrativas Digitais nas Tecnologias Emergentes”, Hildebrand explicou que as novas ferramentas tecnológicas podem ser usadas para suportar as modernas narrativas, utilizadas em um novo modelo do mapeamento das informações e do uso das mídias digitais. “O professor tem de estar preparado para trabalhar com a bagagem que o estudante traz, que pode ser concebida por meio das redes sociais, sites e blogs. É preciso valorizar a narrativa digital e transformá-la em conhecimento”, disse o professor.

Para Valente, que ministrou a palestra “Aprendizagem Ativa no Ensino Superior”, o conceito de “Sala de Aula Invertida” trata das mudanças do processo de ensino e aprendizagem, que passa a acontecer primeiro na ação; depois, na interpretação e reflexão; em seguida, na conceituação – muitas vezes empírica – e, por fim, nos espaços e com atividades tradicionais. “O novo modelo de educação não pode mais ficar longe da experimentação, que vem sendo chamado de Educação Baseada em Projetos. Mudanças acontecem o tempo todo e os processos de ensino e aprendizagem devem acompanhá-las. A ideia do professor apenas passando informações na lousa é ultrapassada. O educador precisa adotar uma postura ativa e adaptar-se às novas tecnologias, principalmente, com o uso das plataformas digitais”, finalizou o pesquisador.

Apresentação de pesquisas

O evento “Diálogos: Encontro Científico Moura Lacerda” também teve como objetivos divulgar e promover os trabalhos e as inovações metodológicas desenvolvidos no Centro Universitário e em outras instituições do país. Janaina Moreira Dias, pedagoga especializada em Matemática, apresentou um pôster com um resumo de sua dissertação de mestrado. Ela falou sobre as dificuldades dos jovens nos conteúdos matemáticos oficiais. “Na grade do Ensino Fundamental há muita pressão para que os docentes cumpram a programação do ano, não havendo, assim, espaço para outras discussões. Acredito em uma deficiência histórica e cultural e que pode atingir a aprendizagem do aluno”, disse.

O tema do trabalho de pesquisa de Marli Aparecida de Paula, do 8º período do Curso de Pedagogia do Moura Lacerda, foi “Ensino Médio e Ensino Médio Integrado – Conservação ou Superação da Dualidade”. “Se você tem dinheiro, você estuda e tem acesso social, se não tem, acaba virando massa de manobra de agentes sociais perpetuadores do status quo. Nem todas as diretrizes curriculares propostas pelo ensino atual saem do papel e se tornam ferramentas concretas de efetivação da educação. Percebo que há um engessamento do currículo e do processo de aprendizagem”, defendeu a aluna.

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