A década de 1960 foi retratada como “a melhor época da infância” de grande parte das ex-alunas do antigo Colégio Madre Mazzarello, de Ribeirão Preto. As “meninas”, como se autodenominaram, cursaram da Educação Infantil ao Ensino Médio na instituição, que fechou suas portas em 1970. Após cerca de 45 anos, elas marcaram um grande encontro, que aconteceu, no último sábado (27/08), no prédio onde ficava a escola – e que hoje, depois de uma série de expansões e reformas, abriga a Sede do Centro Universitário Moura Lacerda, no bairro Campos Elíseos.

Compareceram mais de 50 mulheres, na faixa dos 60 anos, levando todo tipo de recordação. Artesanatos feitos em sala de aula, fotos das turmas e de eventos escolares, boletins antigos, certificados, provas, cadernos com dedicatórias das colegas de classe e até boletos comprovando o pagamento do semestre estavam entre as lembranças guardadas por mais de quatro décadas. “Quando o colégio fechou, cada uma seguiu seu próprio caminho, ingressando em escolas diferentes. Nunca, no entanto, nos desligamos completamente”, contou Eliana Mortari, ex-aluna.

Segundo Lucia Helena Galvadão, uma das organizadoras do encontro, o Madre Mazzarello era um colégio onde todos se conheciam e moravam próximos. “Éramos uma grande família. Não havia grupos separados ou inimizades. Apesar da rigidez característica da época, não deixamos de nos divertir e aproveitar a educação exemplar”, disse. As meninas contaram que o vínculo com a escola era tão forte que os próprios pais das estudantes ajudaram a expandir as dependências da instituição. “Lembro-me de trazermos tijolos e outros materiais de construção para que as obras fossem feitas. Era como se o colégio pertencesse um pouquinho a cada uma”, comentou Marisa Nogushi.

WhatsApp foi ferramenta principal

O incrível feito de reunir tantas ex-alunas que não se viam há mais de 40 anos foi possível graças ao WhatsApp, afirmou Lucia Galvadão. “O aplicativo foi a principal ferramenta. Começamos com um grupo menor e cada uma adicionava outras pessoas com as quais tinha mais contato e, assim, conseguimos viabilizar o encontro”, disse. A aposentada contou que já foram feitas outras duas reuniões, mas não com tanta gente confirmada. “O nosso grupo no Facebook tem mais de 100 participantes. Toda essa tecnologia nos ajudou muito”, ressaltou Clelia Manzoli, que também ajudou na organização.

Duas gerações de professoras

O encontro das meninas do Madre Mazzarello contou com a presença da professora Eliana Titoto, hoje com 70 anos, que dava aulas de Educação Física no antigo colégio. Ela recebeu uma homenagem de Silvia Helena Piantino Silveira, sua aluna na época e que hoje leciona no Curso de Educação Física do Moura Lacerda. “A professora Eliana foi o meu grande exemplo. A postura profissional que tenho hoje aprendi com ela”, afirmou Silvia.

Para Eliana, o evento foi especial. “Foi uma oportunidade maravilhosa de matar as saudades e reviver doces lembranças. Apesar de eu não conseguir lembrar os nomes de todas as meninas – tudo isso foi há muito tempo –, eu me recordo como éramos uma família. Havia uma relação muito forte e respeitosa entre docentes e alunas”, disse. Para marcar o reencontro, Silva levou a famosa bola azul da queimada para mostrar à professora. “Jogávamos em todo intervalo e adorávamos. Tinha dias em que preferíamos brincar em vez de comer o lanche”, contou rindo.

Festa de 50 anos

Depois de uma tarde repleta de boas lembranças e de reviver várias histórias da época do colégio, as meninas do Madre Mazzarello já confirmaram: ano que vem tem mais. “Em 2017, completaremos 50 anos de formadas e já decidimos que faremos um baile, no estilo dos anos 60, para comemorar”, afirmou Lucia Galvadão. Outro plano das ex-alunas é um livro de recordações. “Reuniremos os materiais e fotos mais importantes e faremos uma publicação, nem que seja somente online, como um e-book”, finalizou Regina Marques, que ficará responsável pelo projeto.

 
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