Julia Gomes, que finaliza seu curso em 2020, já conseguiu dar continuidade aos estudos de Iniciação de Científica, realizados durante sua graduação no Moura Lacerda
A estudante Julia Gomes, que finaliza seu Curso de Agronomia em 2020, no Centro Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto (SP), comemora a conquista da vaga no Mestrado da Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), da USP (Universidade de São Paulo), Campus de Piracicaba (SP).

Ela ressalta que seus estudos de Iniciação Científica, realizados durante a graduação, sobre controle biológico de pragas e doenças, com o professor Alexandre de Sene Pinto, foram decisivos para a vaga no Mestrado. Julia Gomes terá a orientação do coordenador da Pós-Graduação em Fitopatologia da Esalq, Marcel Bellato Spósito.
“No Moura Lacerda, tive muitas oportunidades para aprofundar os estudos e iniciar meu projeto, o que me abriu portas para estágios importantes”, diz. Atualmente, ela faz estágio na FMC Química do Brasil Ltda – Centro de Inovações da América Latina, atuando, principalmente, no auxílio à instalação e à condução de experimentos para o desenvolvimento de novos fungicidas.
Agronomia no Moura Lacerda: Tecnologia e Inovação
Julia Gomes lembra que é aluna ProUni (Programa Universidade para Todos) e que sua escolha, desde sempre, foi por estudar Agronomia no Centro Universitário Moura Lacerda. “Logo no início tive apoio da nossa coordenadora, Marta Maria Rossi, e do professor Alexandre de Sene. Eles foram meus mentores, me ajudaram muito nos êxitos que tive durante minha caminhada”, salienta.

Com a pesquisa “Uso de fungos e bactérias no controle microbiano de hortícolas da família Solanaceae”, orientada por Sene, em 2018, ela ganhou o “Prêmio Oscar de Moura Lacerda” de Melhor Trabalho no Programa de Iniciação Cientifica (PIC) da instituição de ensino superior.
Outro destaque na trajetória da estudante, durante a graduação, foi ter participado do G.bio – Grupo de Pesquisa e Extensão em Controle Biológico, criado desde 2006, com estudantes do Curso de Agronomia do Moura Lacerda. O G-bio tem como objetivo pesquisas que viabilizem, facilitem e integrem o manejo integrado para desenvolver o controle biológico de pragas e doenças de plantas que são de interesse econômico do mercado agrícola.
“Grande parte das tecnologias e inovações da agricultura brasileira em manejo de pragas saiu do G-bio, como o uso de drones para liberar vespas para o controle biológico, que hoje se faz em milhões de hectares, e a utilização da Trichogramma galloi para o controle da Diatraea saccharalis, a broca da cana-de-açúcar, atualmente, em mais de 2,2 milhões de hectares”, ressalta Sene.
O professor cita, ainda, três outras contribuições que saíram do grupo do Moura Lacerda: o aprimoramento da técnica de uso da vespa Cotesia flavipes para o controle da broca em 3,5 milhões de hectares de cana-de-açúcar; o uso da Telenomus podisi para o controle de ovos do percevejo na cultura da soja; e a criação da estratégia chamada “armadilha de feromônio de fêmea”, usada no monitoramento da broca da cana-de-açúcar, utilizada em 4 milhões de hectares.
“O G-bio é um grupo dinâmico e muito ativo, que trabalha com tecnologia de ponta, geralmente, criando tendências. Estamos sempre preocupados em minimizar o uso de agrotóxicos, usando o biológico no lugar. Temos várias frentes de trabalho para diversas lavouras, como cana-de-açúcar, milho, soja, citrus e hortaliças, nosso principal foco hoje. Todas essas tecnologias geraram milhões de reais de economia na produção agrícola brasileira”, afirma Sene.
Julia Gomes não é a primeira estudante do Curso de Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda a ingressar na Pós-Graduação da Esalq-USP. Ela foi precedida por Guilherme dos Reis Vasconcelos e Fernando Belezini Vinha, ambos no Mestrado, e Lucas Vinicius Cantori, no Mestrado e no Doutorado, os três no Departamento de Entomologia. Todos também são oriundos do G.bio.
Formação para pesquisa e mercado
O professor destacou, na aluna Julia Gomes, características como responsabilidade, competência e dinamismo, que permitiram que ela entrasse no Mestrado da Esalq-USP, muito disputado e extremamente bem conceituado no Brasil e no mundo. “O que sempre nos encantou foi ver o interesse dela. Júlia se empolgava e não tinha dificuldade que não resolvesse. Ela é um orgulho para nós e nos representa. Nós a acompanharemos de perto”, diz.

“Desde o início do curso, Julia já atuava no G-bio. É uma aluna pró-ativa, observadora e esforçada. O resultado é esse que vemos: sucesso em seus empreendimentos e objetivos alcançados. Será uma profissional de destaque, engrandecendo o nome de nossa instituição. Em nosso Curso de Agronomia, o aluno, desde o primeiro período, pode ingressar no G-bio, acompanhar as pesquisas e atuar ativamente nos experimentos de campo”, salienta Marta Rossi.
A coordenadora do Curso de Agronomia destaca, ainda, que o Moura Lacerda forma o aluno para atuar com pesquisa acadêmica e, ao mesmo tempo, o prepara para o mercado. “As duas coisas caminham juntas. E mesmo depois de formado, durante a carreira profissional, ele tem que se aprimorar, principalmente, na Agronomia, em que tudo é muito dinâmico e tecnológico”, completa.